quarta-feira, junho 29, 2005

O mundo tem jeito?

O século XXI começou desastrosamente. Era de se esperara que, após tanto sangue derramado no século passado, a humanidade buscaria um pouco de paz. Ledo engano. A guerra contra o terrorismo, liderada (como 99% das guerras) pelos EUA é a principal marca deste novo século. E quem agüenta mais guerra? Será que os americanos que apóiam Bush gostam de genocídio? Será que eles gostam de perder filhos e maridos na guerra? Será que não têm um mínimo de amor no coração?

Quanto dinheiro já foi gasto neste mundo com as guerras? Muito mais do que com investimentos em educação, saúde, cultura... A AIDS é uma doença que cada vez infecta e mata mais gente, sobretudo na África e nos países miseráveis da Ásia. A fome se espalha pelo globo e um número gigantesco de pessoas não sabe ler nem escrever. Muitos nunca freqüentaram os bancos escolares e provavelmente não irão freqüentar. A miséria torna o mundo cruel e gera criminosos que precisam de qualquer maneira dinheiro para comer. E os EUA ficam com todas estas preocupações bélicas...

A industria da guerra é a que mais movimenta dinheiro no mundo. Em seguida vem a industria das drogas (que gera um poder paralelo enorme, além de gerar lucros fabulosos para os barões). Os maiores culpados por estes números são os Estados Unidos da América. O presidente deste país tem muitos interesses ao redor do mundo. A economia do país dele tem de estar sempre aquecida e para isso deve buscar mercados externos, seja através da diplomacia ou através da guerra.

O Iraque, que sofre com as armas de destruição em massa dos EUA, que o diga. Possuidor de uma vasta reserva petrolífera, foi subjugado aos interesses estadunidenses. O povo se libertou de uma ditadura sangrenta para cair em uma guerra mais sangrenta ainda. E o que é pior, comandada por um asno, um sujeito muito burro mesmo, uma marionete comandada por velhas raposas da política ianque. Raposas estas ligadas às indústrias bélica e petrolífera (fundamentais na fraude de 2000).

O problema é que o povo estadunidense, único capaz de reverter esta situação, não tem um pingo de vontade de mudar isto, visto que os jovens não se interessam por política e que o índice de abstenção chega aos 50%. Se um dia os cidadãos da ‘América’ (e nós? Não somos americanos?) tomarem vergonha na cara e fizerem uma revolução, o mundo estará salvo dessas amarras do Império. E somente assim será feita a revolução mundial.

Revolução da meditação

E a revolução não deverá ser feita com armas. Todos já viram que este método é um método fracassado. Morte e sangue nunca gerarão uma sociedade equilibrada. Pelo contrário, gerará contra-revoluções, conspirações, e sabotagens. Apenas com uma mudança de energia, através da meditação, isso será consolidado. É a revolução da meditação.

Como a sociedade espera mudar algo se as pessoas se odeiam, têm rancor, são desequilibradas? Como equilibrar o mundo sendo desequilibrado? Como fazer um mundo melhor com raiva? Impossível. Tudo, incluindo a busca por novos ideais, deve ser feito com amor. O amor é o sentimento mais nobre da humanidade e somente através dele se fará um mundo melhor.

Somente quando as pessoas atingirem um outro estado de consciência, a estrutura da nossa sociedade irá mudar. E para isso, é necessário que as pessoas se alimentem, estudem, tenham saúde e cultura. Afinal, como meditar de barriga vazia, sem saber ler nem escrever e com a saúde precária?

É preciso mudar o foco, trocar de óculos. Chega de mirar o capital, o luxo, a ostentação. É hora de parar de olhar para fora e começar a olhar para dentro. É hora de enxergar o mundo através do seu interior. É difícil, mas está na hora de tentarmos. O mundo não suporta mais tanta barbárie.

As outras revoluções

Nenhuma revolução fez com que a população atingisse um estado de consciência adequada para ser realizada a revolução do bem-estar social. Cuba começou a seguir o caminho: acabou com a fome e com o analfabetismo. Deu saúde, cultura, esportes, enfim, condições para que o povo cubano se desenvolvesse. Faltou mudar a maneira de encarar a vida. Faltou um acompanhamento espiritual.

Os cubanos, com todas as condições para que realizassem a revolução da meditação, preferiram mirar suas forças no rancor aos estadunidenses. Ao invés de se interiorizarem, preferiram começar a achar defeitos no socialismo. Ao invés de meditarem, começaram a achar ruim ter um só sabonete.

Conforme foi se deteriorando o regime fidelista, graças ao embargo e a propaganda anti-comunista dos EUA, o povo foi dando mais valor para o capital e menos para outras coisas fundamentais. A longa ditadura, aliada a longos anos de privação (embargo) minou a auto-estima cubana. E é difícil tomar consciência de que o caminho da bem-aventurança é o caminho da espiritualidade, da meditação. Nada chega em Cuba. O governo, ao fechar as portas para propagandas externas, fecha as portas para a revolução da meditação, começada pelo mestre espiritual, grande sábio, Swami Muktananda.

Podemos citar tantas outras revoluções, triunfantes (?) e fracassadas: russa, alemã, dos Cravos, chinesa, etc. Faltaram muitos elementos como a utilização de tecnologias de ponta, o desenvolvimento social da população, a conscientização de que uma nova ordem estaria sendo instaurada.

A tecnologia

É errado dizer que a tecnologia é um instrumento da exploração. Ela também pode ser uma ferramenta para a emancipação. O modo em que ela é conduzida é que é o grande mal.

Dominada pelos países centrais do capitalismo, a tecnologia é um importante tentáculo do imperialismo. Através dela, os países periféricos ficam subordinados e sem possibilidade de se desenvolverem. Se tivessem a possibilidade de utilizar uma tecnologia de ponta, a emancipação política e social aconteceria mais cedo ou mais tarde.

Os países mais ricos monopolizam o desenvolvimento de novas tecnologias para não correrem o risco de perderem o domínio que exercem sobre os países mais pobres. Com isso, se perpetua a ignorância. Os brasileiros seguem consumindo culturas estrangeiras enlatadas. Seguem sem uma identidade nacional forte. Seguem precisando importar tudo, sem desenvolver sua própria emancipação.

A cultura

A necessidade de se desenvolver tecnologias brasileiras se refletem no desenvolvimento intelectual e cultural da nação. Uma nação que é tapada por causa da inundação de asneira que vem de fora. Um país que depende da boa vontade dos poderosos para poder desenvolver seus próprios projetos. Os brasileiros crescem querendo ir para os ‘Steits’ e ficar rico. Não dão valor para o maravilhoso país que é o Brasil.

É difícil de acreditar, mas as pessoas não dão o devido valor a este país sensacional. Nossa cultura foi inundada por lixo e mais lixo. Quantos brasileiros sabem o que foi o lundu, o maxixe, o cateretê, os ranchos carnavalescos? Poucos. Mas todos sabem quem é a Madonna e o Michael Jackson. Quantos conhecem as poesias de Cartola, Nelson Cavaquinho e Candeia? Poucos. Mas o Bonde do Tigrão e o Tchan estão na boca do povo. Lamentável.

É necessário valorizar, urgentemente, nossas tradições. É preciso acabar com esta "síndrome de vira-lata". O que é feito no Brasil é muito bom. A nossa música é a melhor do mundo e precisa vir produtor japonês para produzir disco de sambista do morro. Nossos artistas precisam ir para o exterior para terem o devido
reconhecimento.

É inadmissível que nossas rádios toquem tanta merda. É praticamente só porcaria. É raro ouvir música de qualidade, seja brasileira ou não. A televisão está repleta de baixaria. O que esperar de um brasileiro que tem a televisão como educador? No mínimo, ignorância.

E o que esperar da classe média? E dos ricos? Mais lixo. O lixo impera em nossa sociedade. Existem exceções. Existe gente boa. Mas são tão poucos... Uma ilha de decência em um mar de estupidez.

A educação

O melhor caminho para diminuir a desigualdade social e a pobreza é o investimento na educação. Todas as pessoas devem ter as mesmas condições para lutar por um lugar ao sol neste país tão duro. Se todos os brasileiros tivessem educação de qualidade, todos poderiam ter uma vida mais digna. Em igualdade de condições, muito mais gente teria uma formação decente. E muito mais gente poderia desenvolver o Brasil e
fazer dele um país mais justo.

O menino que mora na favela iria para uma escola boa. Lá, ele teria um ensino bom, praticaria esportes, aprenderia música, aprenderia informática, almoçaria uma refeição bem balanceada e voltaria para casa, já tardinha, feliz. Por anos a fio, esta criança se desenvolveria. E quando terminasse o ensino fundamental, estaria apto para entrar em uma boa universidade.

Este deve ser o caminho para as pessoas carentes chegarem à universidade. Leva muito tempo para dar resultado, mas acredito ser a escolha correta para diminuir a desigualdade social.

A corrupção

Um dos maiores problemas do Brasil é a corrupção. E não estou falando dos desvios de verba gigantescos realizados por políticos e empresários. Este é um problema que atinge a (quase) todos que chegam ao poder. O principal problema é a forma que a corrupção está impregnado no modo de viver do brasileiro. Em nenhum outro lugar do mundo, ser malandro é tão legal. No Brasil, quem é honesto é trouxa.

A corrupção começa na escola. O aluno que cola, sem saber está se corrompendo. E cresce levando a vida com o "jeitinho brasileiro". Tudo se dá um jeito, não existe problema para quem pode pagar uma propina. Em qualquer situação existe corrupção. A propina é a mola propulsora do desenvolvimento nacional. É triste, mas é a realidade.

Enquanto esta safadeza for normal, o Brasil vai ser este país de vira-latas. Enquanto o honesto for trouxa, os brasileiros seguirão está vidinha sem-vergonha de muita miséria para poucos magnatas.

Futuro do país

É inconcebível que pessoas passem fome enquanto há comida estragando. É um absurdo que pessoas não tenham onde morar enquanto casas e apartamentos ficam vazios. É ridículo existir latifúndios improdutivos e gente precisando da terra para viver. É revoltante saber que existe gente com apartamento em Miami, Jaguar na garagem e uísque 18 anos na mesa ao passo que muitos não têm absolutamente NADA. É repugnante esta sociedade capitalista tão injusta e cruel.

O Brasil, para sair deste buraco, deve mudar muita coisa. Extinguir a cultura de corrupção, investir maciçamente na educação, dar condições de moradia para quem vive de maneira indecente e desenvolver um sistema de saúde pública melhor. Isto é só o começo. Na verdade existem as amarras com FMI, Banco Mundial, existe a dívida externa impagável, existe o coronelismo nos rincões do Brasil, existe muita coisa que a curto e médio prazo, impossibilita um desenvolvimento igualitário no Brasil.

A solução a curto prazo é só uma: meditar. Porque quanto mais gente meditar, melhor será a energia do mundo. Quem sabe as pessoas comecem a praticar o bem e dar valor a coisas mais valiosas do que o dinheiro. Muita gente pode achar que este papo é de louco, que isto é esoterismo que só serve para alienar. Pois bem, experimente o poder interior. Experimente, despido de preconceitos. O bem existe neste mundo tão impregnado de mal. Cabe a nós achá-lo e irradiar no mundo. E este bem está dentro de nós mesmos. Meditando levamos esta energia para fora. E quem sabe um mundo melhor virá a tona.

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