segunda-feira, outubro 16, 2006

É melhor viver do que apenas sobreviver

É bem melhor sorrir do que chorar
E cantar a ficar calado
Muito melhor é brincar do que brigar
E se divertir a se emburrar
Não é preferível ser feliz do que ser triste?
Verdadeiro a mentiroso?
Sincero a enganador?
É muito melhor escutar uma boa música
A um barulho qualquer
É também melhor estar entre gente querida
Do que estar entre inimigos

É melhor se emocionar vivendo
Do que viver apenas para ter
É melhor ter uma vida simples e sorrir
Do que estar no ouro e chorar de tristeza
É melhor viver os dias
A se rastejar atrás do dinheiro dia-a-dia
É melhor viver do que apenas sobreviver

segunda-feira, outubro 09, 2006

Na vitrola do Piruca - Henricão

NA VITROLA DO PIRUCA

Henricão - Recomeço

Não vou começar a escrever sobre este disco sem antes contar como esta obra-prima foi parar em minhas mãos.

Eu já havia escutado alguns sambas ótimos dele nas rodas de samba e aí descolei o CD dele do Ensaio da Cultura. No encarte, li a respeito um disco solo que ele havia lançado. Na hora, lembrei que este disco havia passado pelas minhas mãos num sebo. No mesmo dia, fui ao tal sebo. Cheguei na hora de fechar a casa e tive procurar correndo a preciosidade. Achei. 8 contos.

Chegando em casa, escutei a relíquia. Aí minha felicidade foi completa. Arranjos primorosos, privilegiando a harmonia dos violões e do cavaquinho. O ritmo bem cadenciado com o surdo entrando sempre na hora certa.

As músicas são obras-primas. “Está chegando a hora” é um hino dos estádios de futebol de hoje. Era uma música mexicana (“Cielito Lindo”) que Henricão, sabiamente, adaptou em forma de samba. “Carmelito” é um antigo tango (“Camiñito”) que também virou samba. Estas duas faixas contam com a participação de Carmem Costa, que dividia os microfones com o sambista paulista nas rádios paulistanas nos anos 40.

O samba “Não faça hora”, feito em parceria Caco Velho, eu conheci nas rodas. É um samba paulistaníssimo, que faz referência ao famoso relógio da praça da Sé.

As parcerias mais constantes (inclusive as duas adaptações já citadas) são com Rubens Campos. Mas também assinam parceria com Henricão, os sambistas Raul Márquez e Bucy Moreira, além de José Alcides, Dêdê, Vitor Gonçalves e Caco Velho.

Os sambas são sempre muito cadenciados e diferente dos sambas cariocas. Têm uma característica bem própria as composições dele, inclusive as parcerias com os malandros Bucy e Raul Márquez.

Há no disco, ainda, uma marcha-rancho (“Andorinha”), uma batucada (“Saravá Umbanda”). Porém, o mais surpreendente mesmo, para mim, foi a letra que Henricão colocou, no maravilhoso choro “Sons de Carrilhões” de João Pernambuco. Vale a pena transcrever:


Sons de Carrilhões (João Pernambuco/ Henricão)

“Meu grande amor, eu vou partir
Sei que saudade irá sentir
Pois eu fiz tudo para lhe agradar
Me faz sofrer, me faz penar
Quando distante, eu estiver
Pode pensar o que quiser
Pode dizer que eu fui louco em deixar
Este meu divino lar

Mas pra que viver com quem não quer viver
Eu sempre fui sacrificado em pró do seu pudor
Pelo amor do nosso amor
Mas você sempre fingiu não compreender
O que passou na minha vida
Foi um sonho meu desiludido
O meu amor ardeu”


É isso aí. Paulista também faz samba de primeira.

domingo, outubro 01, 2006

Eleições 2006


Daqui a pouco vou lá na PUC votar
Em quem será que eu voto? No sujo, no mal-lavado ou na arrumadinha?
E para deputado? No Partido da Trapaça, no Partido do Trambique ou no Partido da Tramóia?
E olha que quatro anos atrás estávamos eufóricos com o mal-lavado na Presidência.
Agora é só lamentar pois ninguém presta.