quinta-feira, outubro 25, 2007

Anteontem e depois de amanhã

Pra que deixar de esquecer o passado
Se nem o presente existe?
Pra que fazer planos para o futuro
Se nem o presente está planejado?
Pra que pensar no amanhã
Sem antes ter pensado no hoje
E refletido sobre ontem?
A vida é mais do que hoje, ontem e amanhã
Você já parou pra pensar no anteontem?
Ou no depois de amanhã?

terça-feira, outubro 09, 2007

Homenagem à Velha Guarda da Portela


Eu não direi o que se passou entre nós
Porque este desengano dói
E quanto mais eu ando penando
Mais a tristeza me persegue

Eu fui condenado a viver desprezado
E por isso, os meus olhos vertem lágrimas
Pensar em ti pra que?
Chega de padecer!
Eu, se quisesse penar
Não esperava você me falar em amar
O sofrer é da vida eu aceito
E é por isso que eu vou navegar para nunca mais voltar
E beber para esquecer o nome daquela ingrata que me fez sofrer

Mas repare bem, não é assim
Esse mundo é uma roleta e nós somos jogadores
Eu já lhe disse que não quero mais seu amor
E que você não é não, a dona do meu coração
Você foi uma nuvem que passou e que não volta mais
Vai pecadora arrependida, vai tratar da sua vida
Por favor me deixa em paz

Agora estou resolvido a não amar a mais ninguém
Quero viver como um passarinho
E se queres ser minha, Iaiá, tens que abandonar a orgia
Só assim, alegria tu terás

quinta-feira, outubro 04, 2007

Vida de escritor

Vida de escritor não é fácil, não. Até pode ser, se você escrever esporadicamente. Mas a partir do momento que você têm uma meia dúzia de leitores, tá na lama. Você se cobra porque precisa escrever e seus leitores te cobram porque querem ler seus novos textos: “André, faz tempo que você não escreve nada lá no Idéias de Improviso, né?”. “É, faz tempo...”.

Para escrever é necessária uma idéia boa, que tenha fluência, que tenha vida. Quantas vezes eu sentei na frente do computador ou peguei um lápis querendo escrever algo e nada saiu? Muitas... Outras tantas vezes, tive idéias maravilhosas, mirabolantes, mas nada escrevi porque não era possível naquele momento. Semana passada, estava tomando uma cerveja com os amigos e veio uma idéia sensacional em minha mente. Na hora eu pensei: “Taí, amanhã vou postar isso no Idéias.” Porém, quando acordei... Não lembrava de absolutamente nada (e até hoje não lembro)...

Teve uma época que eu anotava as idéias num papelzinho para desenvolvê-las depois. Mas não é a mesma coisa. A inspiração vem de sopetão. O negócio é aproveitá-la na hora porque depois não é a mesma coisa. O texto pode até sair, mas não tem aquela vivacidade que teria se fosse feito na hora do estalo.

Essa necessidade de escrever fez com que várias vezes eu escrevesse sobre as palavras, sobre a arte de escrever. Outro dia, pensei em postar um texto que eu escrevi no papel, falando sobre como é bom escrever a mão, com lápis ou caneta. Gostei do texto, mas não teria sentido nenhum passar para o computador já que ele só tem sentido se lido no papel.

Pode crer que se você ler algum texto meu falando sobre essas divagações, é porque eu estava sem idéia (como é o caso agora. Não tinha nada pra escrever, mas precisava escrever)...
E veja só como são as coisas... Eu não tinha nada pra dizer, mas já estou no sexto parágrafo e você continua lendo essas mal-traçadas linhas...

A falta de idéias sobre o que escrever fez com que eu escrevesse justamente sobre isso. É papo de louco, mas tem um monte de louco que lê isso aqui e entende essa abrobinha toda... Às vezes, até se identificam...

Vida de escritor é assim.