sexta-feira, novembro 28, 2008

Essa gente amiga do samba sabe o que ouvir


Uma das minha grandes diversões das últimas semanas é ficar acompanhando o número de pessoas que baixam os discos que eu posto no Prato e Faca. Muitos dos álbuns lá postados o foram feitos através do Rapidshare, que não nos mostra o número de usuários que baixam os arquivos, ao contrário do Mediafire, que utilizei por alguns meses e que voltei a utilizar agora.

Desde que voltei a usar este último hospedador de arquivos, fico sempre de olho no número de downloads que cada disco tem. E o campeão disparado (dentre os discos hospedados no Mediafire) é o Axé! Gente amiga do samba, do Candeia. Há duas semanas, tomei um susto quando vi que, desde abril, oitocentas e sessenta pessoas haviam baixado a obra-prima. Hoje o número já ultrapassou os novecentos... Se levarmos em consideração que o disco é muito difícil de encontrar nos sebos (e caro) e jamais foi relançado em CD (e esse fosse, certamente a tiragem não ultrapassaria o número de mil cópias), isso é algo louvável. Não pra mim, mas pra eles. Estes novecentos brasileiros que foram atrás de um disco impecável, digno da obra do mestre Antonio Candeia Filho.

Eles não compraram o CD do Candeia porque ele não existe. Os antigos selos que lançavam, todos os anos, diversos títulos de extrema qualidade das mais variadas vertentes da Musica Popular Brasileira, hoje pertencem a grandes gravadoras multinacionais que não estão nem um pouco interessadas em relançar álbuns antigos de pouco (ou zero) valor comercial. Eles querem retorno e o que dá retorno é coisa nova, vendável, comercial, que está na boca do povo. Quase sempre isso é lixo, e nosso tesouro fica lá empoeirado em algum sebo, esperando que alguém vá lá fazer uma correria (comprar o disco, limpar, ripar, jogar no computador, transformar em mp3, colocar todas as informações, subir pra rede e, ufa, postar no blog. Isso chama trabalho voluntário socialista.

E graças a essas contribuições de diversos blogs, nossa cultura vai resistindo. Nossa música é de todos. Viva o acesso livre à cultura.

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