Quanta pobreza
Uma vida de incerteza
Sem nenhuma dignidade
Já a nobreza
Do alto de sua realeza
Nem sabe o que é humildade
Você que anda esbanjando
Olhando para todos com desdém
Desprezando e humilhando
Aquele que não tem nem um vintém
Saia deste pedestal
Não vê que assim só causa o mal?
Enquanto banquetes você come
Tem alguém morrendo de fome.
Se você tem pedras preciosas
Os miseráveis têm pedras de crack
Que são consumidas desesperadamente
Você fuma skank e bebe uísque escocês
Enquanto a criança na rua cheira cola
Pois não tem família e nem escola
Este poema não teria sido escrito nunca se eu não tivesse ouvido os sambas de protesto de Elton Medeiros e Mauro Duarte. Sou obrigado a reproduzir aqui a letra destes dois sambas.
Maioria sem nenhum
Uns com tanto
Outros tantos com algum
Mais a maioria sem nenhum
Esta história de falar em só fazer o bem
Não convence quando o efeito não vem
Porque somente as palavras não dão solução
Aos problemas de quem vive em tamanha aflição
Uns com tanto
Outros tantos com algum
Mais a maioria sem nenhum
Há muita gente neste mundo estendendo a mão
Implorando uma migalha de pão
Eis um conselho pra quem vive por aí a esbanjar:
Dividir para todo mundo melhorar
Lama
Pelo curto tempo que você sumiu
Nota-se aparentemente que você subiu
Mas o que eu soube a seu respeito
Me entristeceu, ouvi dizer
Que pra subir você desceu
Você desceu
Todo mundo quer subir
A concepção da vida admite
Ainda mais quando a subida
Tem o céu como limite
Por isso não adianta estar
No mais alto degrau da fama
Com a moral toda enterrada na lama
sábado, julho 02, 2005
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Um comentário:
Samba de primeira!
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