terça-feira, março 25, 2008

Com um sorriso, derrubo uma tropa inteira...

Pois é, meu caro amigo, conseguiste me emocionar com suas palavras. Palavras sinceras, puras, muito bem colocadas. Palavras que servem de instrumento para a conscientização, palavras que cativam, inspiram, emocionam.

Conhecendo-te bem como conheço, sei da força de tuas palavras. Amo-te, meu irmãozinho. Falas a mesma língua que eu, vives no mesmo universo que eu, respira o mesmo ar que eu. Somos um só.

E como você, também me incomoda tantas coisas neste mundo. “No meu peito, fisga a dor da indiferença, pois percebo que a saúde não se importa com a doença”. Nunca fui indiferente a tantas mazelas que nos cercam. Não vivo em uma redoma, sei das coisas que me cercam. Vive bem aquele que se encontra enclausurado num condomínio de luxo? Certamente vive com medo. Medo de que alguém invada seu mundo e leve aqueles bens que afagam a alma do pobre milionário.

Caríssimo, escrevo estas palavras com lágrimas nos olhos. Como é bonito saber que ainda existe gente como você, como nós. Gente que não se conforma com tudo isso que acontece diante de nossos olhos. Será que um dia “os palácios vão desabar sob a força de um temporal, tudo vai voltar ao seu lugar, afinal”? Meu irmão, que bom saber que tem gente que pensa alto. Nunca deixe de sonhar, porque o sonho é o caminho para nossa libertação.

Tanta coisa invade minha cabeça, sinto que cuspo palavras como uma metralhadora automática. Mas esta não mata, cativa. Se ferir, fere o peito de pessoas hipócritas, falsas, mentirosas. Quando teremos mais compaixão, solidariedade e amor? O mundo precisa disso, mas todos só conseguem enxergar cifrões. “Sentimentos em meu peito eu tenho demais”, mas quem se importa? Não tenho cascalho, nem carro do ano. Aos olhos de um cidadão comum, sou apenas mais um latino-americano subdesenvolvido com uma cultura enlatada na cabeça... Quem me conhece sabe do amor que tenho no peito. “Eu lhe tenho muita amizade, amor no meu peito é mato” É mato, irmão.

“Por isso não adianta estar no mais alto degrau da fama, com a moral toda enterrada na lama”. De que adianta estar lá em cima? Pra fazer merda, se vender. “Não me vendo pra viver. Se tiver que viver assim, morro de fome. Não precisa ter dó de mim, honre meu nome”. Tenho tanta pena deles...

O antídoto para tanta podridão é um sorriso de criança. Isso sim é valoroso. Isto sim funciona como um tapa na cara da bossalidade. Há tantos singelos momentos em nossa vida que valem a pena... Devemos aproveitá-los e relembrá-los com carinho por toda a eternidade.

Sinto que fazemos parte de uma resistência. Sem armas, sem violência. Apenas com amor, solidariedade, humildade, compaixão, e, claro, um sorriso estampado no rosto.